24.11.06

REGUENGO GRANDE
Andreia Jorge, Daisy Pereira e David Serra

A actual freguesia de Reguengo Grande pertenceu inicialmente à de Santa Maria de Óbidos. Depois, em finais do século XIV, integrou a de S. Bartolomeu dos Galegos, até que em 1525 tornou-se paróquia, sob invocação de S. Domingos. A 6 de Novembro de 1836, passou a fazer parte do concelho da Lourinhã, à semelhança das freguesias de Moledo e S. Bartolomeu dos Galegos.

A fixação humana nesta região ascende a épocas imemoriais, contudo o seu nome não oferece dúvidas. O topónimo da freguesia é constituído por dois elementos, sendo o primeiro derivado do português arcaico “Regalengo” ou “Reguengo”, que designa as terras pertencentes ao Rei e arrendadas a agricultores em troca de uma renda.
Assim, a freguesia do Reguengo começou por ser uma região sob a alçada directa da coroa. O seu topónimo acabou por perpetuar essa época. O segundo elemento toponímico “Grande” é qualificado como sendo de “tamanho maior que o vulgar”.

Assim, o nome desta terra teve origem numa enorme propriedade pertencente ao Rei, o denominado reguengo. Tanto a aldeia do Reguengo Grande como a sua vizinha a do Reguengo Pequeno começaram com a carta de D. João I, que foi dada no dia 3 de Fevereiro de 1433 em Coimbra.
Foi a partir desse dia, e em virtude dos privilégios nela existentes, que as populações se fixaram nos reguengos. Vejamos alguns excertos da carta:

«D. João por graça de Deus Rey de Portugal e do Algarve a todos os Corregedores, Juizes, e Justiças Oficiais, e pessoas e outros quaisquer que esta houverem de ver por qualquer guiza que seja, que esta carta for mostrada (...) querendo nós fazer graça e mercê aos que os nossos reguengos e herdades lavrarem, temos por bem e mandamos que todos aqueles que lavrarem corporalmente nas nossas quintas e casais encabeçados e outras herdades, não lavrarem senão as nossas, enquanto assim em elas morarem, sejam escusados de pagarem quaisquer peitas e fintas e talhas e emprestidos, nem outros nenhuns encargos dos concelhos onde assim morarem (...).»*

*CIPRIANO, Rui Marques, Vamos Falar da Lourinhã, Lourinhã, Câmara Municipal da Lourinhã, [2001], pp. 251-252.

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