14.3.07

O CONCHEIRO DE TOLEDO
David Serra


A estação arqueológica de Toledo (ou Pandeiro), localiza-se na freguesia do Vimeiro, do lado direito da estrada que liga a Lourinhã ao Vimeiro, imediatamente a seguir à povoação de Toledo.
A sua localização insere-se na área do antigo estuário da ribeira de Alcabrichel, numa altura em que a linha de costa se encontrava bastante acima do nível actual. A presença de conchas estuarinas à superfície, normalmente indicadora de uma estação arqueológica de tipo concheiro, conferia a este local sérias potencialidades de conter vestígios importantes de ocupação Pré-histórica.
Em 1986, uma equipa canadiana de arqueológicos dirigida por David Lubell (Universidade de Alberta – Edmonton), procedeu a sondagens pontuais em duas áreas distintas. Numa zona lavrada foi implantada a sondagem T1, situada num terreno de que é proprietário o senhor Henrique Anastácio Henriques, morador no Casal do Forno. Num terreno adjacente, plantado com favas, foram implantadas as unidades de escavação F6,F7 e F10, de que é proprietário o senhor Caetano Mota, morador no Vimeiro.
Na primeira destas áreas (T1), localmente conhecida como Arneiro, os depósitos arqueológicos não se encontravam in situ. A sequência aqui posta a descoberto revelou a existência de remeximentos significativos, embora fosse possível detectar restos de concheiros.
Na área onde foram implantadas as sondagens F6, F7 e F10, localmente conhecida como Pandeiro, foi posta a descoberto uma sequência estratigráfica contendo depósitos de concheiro in situ, a cerca de 1 metro de profundidade e com 50 cm de espessura. Este nível, de terras muito negras, continha uma grande concentração de conchas (Cardium, Scrobicularia, Venerupis, Solen, Mytilus, Patella e Ostrea), restos faunísticos (de peixes, crustáceos e alguns ossos de javali, pássaros, coelho e veado), pedras queimadas e cinzas. Os artefactos líticos exumados, em quantidade muito reduzida, foram considerados insuficientes para uma caracterização cronológica e cultural precisa. No entanto, a datação pelo método de Carbono 14 de uma amostra de ossos recolhida em F7, nível 145-150cm, forneceu o resultado de 7 800+-110 BP.

5 comentários:

Anónimo disse...

Ola pessoal... bem jà algum tempo que não venho aqui.. e estou a ver que voces não param.. e ainda bem... é sinal que a stora Mª dos Anjos e Stora Lurdes estão a fazer um optimo trabalho convosco... fico muito contente... Bj

Anónimo disse...

Sílvia:
Na próxima 5ª feira (22 de Março) o nosso blogue faz 1 ano.Vamos publicar um post a propósito desta efeméride.
Bjs

Anónimo disse...

pois é já passou 1 ano... ainda me lembro os alunos e as professoras a palnear o que iam fazer todas as 5ª... ja tenho saudades... stora Maria dos Anjos quanto as fotografias ainda nao as consegui revelar, mas no inicio do 3º periodo farei com que elas xeguem ate as suas maos... continuação de um bom trabalho e boas ferias para todos... bjs

Anónimo disse...

cara colega, está a fazer um optimo trabalho. ao ver estes magnificos textos, dá-me uma vontade enorme de aderir também a esta iniciativa... temos de falar

António César

Anónimo disse...

Colega:
Agradeço a sua mensagem e quero dizer-lhe que estamos disponíveis para receber a colaboração de quem se identificar com este projecto. O colega é do concelho? Há muito trabalho a fazer em prol da defesa e divulgação da história e do património da Lourinhã.