23.2.07

A CIDADE DE MONARDO DOS FRANCOS

Rui Ferreira


Teria mesmo existido uma cidade chamada Monardo dos Francos, num local próximo da Igreja de São Lourenço?
Só no século XVII aparecem as primeiras referências a esta cidade na “Crónica da Antiquíssima Província de Portugal da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho” de Frei António da Purificação e na “Crónica da Fundação do Mosteiro de São Lourenço” de Frei João de Santo Estevão, que refere que a cidade de Monardo foi fundada pelos cartagineses.
Henriques de Gama Barros, na “História da Administração Pública em Portugal”, refere que Monardo foi fundada pelos celtas.
É possível que a cidade de Monardo tivesse sido fundada pelos cartagineses, povo de navegadores e comerciantes que criaram muitos postos de comércio e povoações na Península Ibérica. O local onde supostamente teria sido erguida a cidade de Monardo era próximo do Rio Grande, navegável nesses tempos muito para lá da sua foz, mas não existem quaisquer testemunhos que comprovem essa teoria.
Nunca foram feitas escavações arqueológicas nesse local, mas há relatos de muitos vestígios terem sido encontrados, indicando ter ali existido alguma povoação importante, provavelmente uma vila romana. As lápides funerárias romanas colocadas na esquina das paredes da igreja de S. Lourenço dos Francos (ver imagem), testemunham a romanização da região. Traduzindo-as do latim, a do lado sul diz: “Aos deuses Manes. O pai, Caio Júlio Severo, e Paterna, sua mãe, Mandaram fazer (este monumento) A Júlia Máxima, Filha de Caio, de 30 anos”, a do lado norte: “ Aos deuses Manes. Júlia Máxuma Mandou fazer (este monumento) A Caio Júlio Lauro, Filho de Caio, Seu Pai piedosíssimo De 41 anos”.
Diz Fortunato José de Carvalho que Monardo desapareceu devido a catástrofes sísmicas e em consequência das invasões dos povos bárbaros e tanto uma como a outra podem bem ser verdade.
O sítio de Monardo passou a chamar-se Monardo dos Francos porque, naquela zona, se espalharam muitos francos, depois da doação da Lourinhã a D. Jordão por D. Afonso Henriques.

8.2.07

ITINERÁRIOS DO CONCELHO DA LOURINHÃ


Hoje ficámos na escola a pesquisar sobre grutas e vestígios pré-históricos do concelho da Lourinhã. O objectivo é aprofundar este tema, depois das visitas que fizemos às grutas e ao Museu da Lourinhã e redigir os textos para o novo site que foi criado.

Este site http://itinerariosribamar.googlepages.com/ é a concretização do projecto dos portáteis a que nos candidatámos no ano lectivo passado e que foi aprovado para o triénio 2006/2009.

O projecto da nossa escola pretende divulgar a história e o património natural e cultural do concelho da Lourinhã e teve como ponto de partida a experiência do nosso clube no ano lectivo passado. Outros clubes aderiram e assim também o âmbito das possibilidades a explorar, nomeadamente com os itinerários didácticos (ver site).

Muito trabalho há para fazer, mas o mais importante realçar é que com estas actividades e recursos, aprender pode-se tornar uma actividade muito estimulante.
Respondendo ao desafio da Madalena Santos (Centro de Competência da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) sobre como é trabalhar com os portáteis, eis as opiniões de alguns alunos do clube:
Em primeiro lugar queria agradecer pelo seu gesto de preocupação em saber as nossas opiniões sobre os portáteis. Nós temos de concluir um projecto, que não é fácil, mas com a ajuda dos portáteis se vai tornando mais acessível.
Este projecto é delicado e laborioso mas será com certeza da minha parte um desafio engraçado.
De facto, torna – se mais rápido trabalhar com os portáteis porque podemos organizar os textos logo no computador, poupando trabalho e tempo, o que por vezes é bastante valioso.
Agora, só me resta continuar a trabalhar para que o projecto continue.
Atenciosamente, Cristiana Trindade,
clube de História Local.
26.02.2007
Está a ser muito bom trabalhar com os portáteis.
Quando nós não tínhamos os portáteis, não tínhamos computadores para trabalhar pois muitos dos computadores fixos não funcionavam e os que funcionavam estavam sempre ocupados pelos outros clubes. Portanto tornava-se um pouco aborrecido para nós, estar sempre a passar os textos à mão e depois a stora Maria dos Anjos passava no computador dela, ou então nós passávamos nas nossas casas o que ia atrasar muito o trabalho.
É uma maneira diferente de aprendermos e as storas podem-nos explicar directamente como fazer os textos.
Obrigada por se preocupar em saber a nossa opinião.
Vera Santos, clube de História Local
27-02-2007
Realmente é muito mais engraçado e fácil trabalhar com os portáteis, pois torna-se mais divertido e rápido.Foi uma ideia inovadora e original. Esperamos que continuem a ter outras boas ideias como esta.
Daniela e Marta, 8ºB, clube do Jornal
28/2/07
Será que está a ser mais aliciante que com os outros?
Sim, porque como estes são novos despertam mais interesse em trabalhar e também por serem diferentes da maior parte dos computadores dos alunos que frequentam a escola.
E que vantagens é que estão a ver para já?
As vantagens que estamos a ver para já são:
-antes de virem estes novos computadores portáteis, dados pelo ministério, nem sempre podíamos adiantar trabalho, porque a sala de computadores nem sempre estava vaga para o nosso clube e agora, já podemos ir para outras salas trabalhar.
Inês Bonifácio, Clube de História Local
02.03.07

2.2.07

Conversa com o senhor Horácio Mateus

Inês Bonifácio e Vera Santos


No dia 11 de Janeiro de 2007, o clube de História Local foi ao Museu da Lourinhã conversar com o senhor Horácio Mateus.
O senhor Horácio foi um dos fundadores do museu e foi ele quem descobriu muitas das peças que aí se encontram.

O objectivo da nossa conversa era ele explicar-nos as técnicas que os homens do Paleolítico praticavam para fabricar instrumentos. A técnica mais usada consistia em dar pancadas, uma pedra na outra, até o instrumento (biface em pedra lascada) ficar aguçado, para matar e cortar os animais.
As lascas que saltavam do embate das duas pedras serviam para fazer pontas de seta, facas, raspadeiras, etc., que por sinal cortavam bastante bem.
Contou-nos, também, que os homens do Paleolítico Superior (Homo Sapiens-Sapiens), que apareceram cerca de 37.000 a.C., para caçarem animais de grande porte, arranjavam um arco, com a corda feita de bexiga de porco, por ser muito elástica e com uma seta em sílex, acertavam no animal 6 ou 7 vezes até ele morrer.

Os homens desta época deixaram-nos também a arte rupestre, exemplo disso são as gravuras rupestres de Foz Côa.

Inicialmente caçador-recolector e nómada, o Homem, há 7 mil anos, descobriu a agricultura e passou a viver num local fixo.

Fonte da imagem dos bifaces: http://images.google.pt/images?q=bifaces&ndsp=20&svnum=10&hl=pt-PT&start=0&sa=N