28.2.08

Convenção de Sintra- I
Catarina e Patrícia, 7.º A
Palácio de Queluz

Sir Hew Dalrymple e Sir Harry Burrard estavam desejosos de ver os franceses fora de Portugal e Junot estava perfeitamente consciente que a sua situação era insustentável. Não estava seguro de receber reforços caso decidisse prosseguir os combates, ao contrário dos ingleses (no dia 24 de Agosto desembarcaram o general Moore e mais dez mil homens). A melhor solução seria uma retirada honrosa.
A 30 de Agosto de 1808 foi assinado, no Palácio de Queluz, o tratado para a evacuação de Portugal do exército francês, que ficou conhecido como Convenção de Sintra. Embora as negociações tenham decorrido entre Torres Vedras e Lisboa, o Estado-Maior inglês deslocara-se para Sintra e na correspondência trocada com Londres, constava o nome desta vila.

Eis alguns artigos da Convenção*:

«Artigo 1: As praças fortes ocupadas pelo exército francês serão entregues ao exército inglês no estado em que se encontrarem na altura da assinatura da presente convenção.
Artigo 2: O exército francês retirar-se-á com as suas armas e bagagens e será transportado para França. Será também livre de combater.
Artigo 3: O governo inglês fornecerá transportes e levará os homens a um porto entre Rochefort e Lorient.
Artigo 4: O exército francês levará consigo toda a artilharia bem como os respectivos trens com 60 munições por peça. Toda a restante artilharia e munições serão entregues ao exército inglês no estado em que se encontrar no momento da assinatura desta convenção.
Artigo 5: O exército francês transportará todo o seu material e tudo aquilo que se designe como propriedade do exército, a saber: as equipagens, as ambulâncias e o seu tesouro. Também os particulares puderam dispor os seus bens como bem entenderem…
Artigo 6: A cavalaria embarcará com os seus cavalos e os seus oficiais. Mas tendo em conta que os transportes postos à disposição possam ser escassos, fretar-se-á no porto de Lisboa outros. O número de cavalos a embarcar não poderá exceder-se os 200.
Artigo 7: Para facilitar o embarque as tropas serão divididas em três divisões, sendo que a última será composta pelas guarnições das praças fortes, pela cavalaria, pelos doentes e pelas equipagens. A primeira divisão embarcará 7 dias depois da ratificação da convenção.
Artigo 8: As guarnições de Elvas, Palmela e Peniche embarcarão em Lisboa; a de Almeida embarcará no Porto. Todas serão acompanhadas na sua marcha por comissários ingleses que lhes fornecerão alojamento e víveres.
Artigo 9: Os doentes serão embarcados conforme a sua situação o permita em grupos de 150 a 200 homens.
Artigo 14: Se houver algum artigo duvidoso, será explicado a favor do exército francês.
Artigo 16: Todos os cidadãos franceses ou de potências amigas aqui residentes, serão protegidos e as suas propriedades respeitadas. Serão igualmente livres de seguir o exército ou de permanecer no país. »

* João Pedro Tormenta e Pedro Fiéis, A Primeira Invasão Francesa. As Batalhas da Roliça e do Vimeiro, Caldas da Rainha, ed.ª Nova Galáxia, 2005, pp. 125-126.

21.2.08

O Armistício
Catarina e Patrícia 7ºA
Casa no Vimeiro onde provavelmente foi assinado a Armistício

Na manhã do dia 22 de Agosto de 1808, Junot reúne o seu estado-maior em Torres Vedras, para analisar a situação. Apesar do exército francês se haver batido com valentia, a batalha do Vimeiro tinha sido uma autêntica catástrofe. O corpo britânico iria receber mais reforços, a vila de Abrantes tinha sido tomada pelos portugueses, cortando-lhes o caminho para França e em Espanha, os franceses tinham sido afastados para norte do rio Ebro. As tropas estavam desmoralizadas e uma nova batalha seria suicida. A alternativa era negociar com os ingleses.
Enquanto Junot e o seu exército regressava a Lisboa, Kellerman, acompanhado por um intérprete, um trombeteiro e uma pequena escolta a cavalo, parte para o Vimeiro para iniciar as negociações com os britânicos. Os ingleses ao verem os franceses de novo, prepararam-se para uma nova batalha, mas foram surpreendidos com o pedido de suspensão das hostilidades.
O Estado-Maior britânico recebeu bem a proposta de armistício de Kellerman, mas este general jogou com a possibilidade de retomar as hostilidades, de modo a não haver uma rendição incondicional.
No armistício ficou decidido que o rio Sizandro ficaria como linha de demarcação entre os dois exércitos. A vila de Torres Vedras não podia ser ocupada por nenhum deles. Kellerman regressa a esta vila como intermediário das negociações do acordo para a evacuação do exército francês de Portugal.

14.2.08

Os aspectos humanos da batalha do Vimeiro

Daniela e Márcia, 7.º A


Relatos daqueles que participaram na batalha, mostram que a iminência do combate e o combate em si são embelezados e glorificados de uma forma romântica.

Um oficial inglês descreve os preparativos da batalha como se fosse para uma festa:
«quando olhei para mim expectante e enquadrado nas fileiras e mesmo antes do começo da batalha pensei que este era o acontecimento mais importante que o mundo podia produzir. As nossas linhas refulgentes com o brilho das armas, a expressão dos homens, enquanto estudavam o inimigo olhando-o fixamente, as orgulhosas cores de Inglaterra flutuando por cima das cabeças e dos diversos batalhões, contrastando com o negro do canhão no chão solarengo, estando tudo preparado para começar o terrível trabalho de morte, com um barulho ensurdecedor que ensurdecerá toda a multidão.»

Um soldado relata: «No dia seguinte, voltámos a avançar e estando num estado de maior ansiedade para encontrar os franceses, nem o ardor do sol no seu pico, as longas milhas a percorrer e os pesados trabalhos eram capazes de diminuir o nosso ardor».

Outro soldado dá o seu testemunho sobre o começo e o desenvolvimento da batalha: «Esta é a minha lembrança do começo da batalha do Vimeiro. A batalha começou num lindo e solarengo dia, o sol brincava refulgindo nas armas dos batalhões inimigos enquanto avançavam sobre nós, como se estas tivessem sido banhadas em ouro. A batalha rapidamente generalizou-se. O fumo intenso espalhou-se por todo o lado, sendo de tal modo espesso, que por vezes era obrigado a parar de disparar para limpar a cara e tentava em vão perceber o que se estava a passar, apitos, gritos, o barulho dos canhões e dos mosquetes pareciam muitas das vezes abanar o próprio chão.
Pensei que o inferno tinha tomado conta da terra.»

Um oficial escreve: «Oh! Que gloriosa é uma batalha! Que som o da mosqueteria, que trovoada as grandes armas, que algazarra as ordens dos comandantes!»

O que foi descrito anteriormente é fruto de uma determinada época histórica e de sociedade, em que os valores pátrios e a coragem na guerra estavam muito incutidos nas pessoas. Na Inglaterra, um militar covarde era severamente punido e a sua família (até aos tetranetos eram objecto de exclusão social).

Mas há também descrições mais cruas e menos românticas de uma batalha.

Escreve outro participante na batalha do Vimeiro: «No campo à minha volta viam-se os fragmentos destroçados de armas e de toda a espécie de equipamentos militares, como barretinas, mosquetes, espadas, baionetas, cintos e caixas de cartuchos cobertos de terra, misturados com homens, amigos e inimigos que jaziam uns sobre os outros, confundindo-se mortos com moribundos que gritavam e gemiam.»

Também os relatos sobre o enterro dos mortos e do cuidar dos feridos não são muito agradáveis. Na noite a seguir a uma batalha, os feridos, acumulados no campo de batalha e que ainda não tinham sido socorridos, passavam a noite ao relento, sofrendo de dores e dos tormentos da sede, tendo como única companhia os saqueadores dos campos de batalha. No meio da escuridão ouviam-se gritos, gemidos e pedidos de socorro em diversas línguas. Eram depois transportados (acumulados em carroças, uns por cima dos outros) para improvisados hospitais de campanha e os cirurgiões, por falta de meios e com medo das gangrenas, amputavam os membros dos soldados, sem qualquer anestesia.

9.2.08

Agrupamento de Escolas de Ribamar
Desfile de Carnaval na Lourinhã - 1Fev.2008


Tema: A Batalha do Vimeiro


I
Eu não sei, mas ouvi dizer,
Eu não sei, mas ouvi dizer,
qu' a batalha foi dura a valer,
qu' a batalha foi dura a valer;
II
Eu não sei, mas ouvi falar,
Eu não sei, mas ouvi falar,
qu'os ingleses vieram ajudar,
qu' os ingleses vieram ajudar;
III
Eu não sei, mas ouvi dizer,
Eu não sei, mas ouvi dizer,
qu'a França ficou a perder,
qu' a França ficou a perder;
IV
Eu não sei, mas ouvi dizer,
eu não sei, mas ouvi dizer,
que Portugal ficou a vencer,
que Portugal ficou a vencer.

8.2.08

A Batalha do Vimeiro
André, Inês e Magda, 9.º B

Força inglesas
Wellesley comandava cerca de 19.300
Cavalaria - 240 homens
Artilharia – 18 peças
Os soldados portugueses eram aproximadamente 2600 homens, dos quais 258 faziam parte da cavalaria.
Forças Francesas
14.000 homens repartidas em 3 divisões de infantaria e 1 de cavalaria.

No dia 21 de Agosto de 1808, nos campos em redor do Vimeiro e dentro da povoação, teve lugar a batalha que pôs fim à 1.ª invasão francesa a Portugal.

Entrada dos franceses no Vimeiro

O terreno entre o Vimeiro e a costa é bastante montanhoso, favorável a um bom posicionamento das tropas aliadas. O grosso do exército britânico foi colocado na encosta sul do outeiro do Vimeiro, tendo a artilharia sido colocada no alto do cabeço. Havia também brigadas estacionadas na Maceira (foi nesta localidade que Wellesley estabeleceu o hospital de sangue), que permitiriam proteger, caso as coisas corressem mal, uma retirada das tropas para os barcos da marinha inglesa que se encontravam em Porto Novo. Também em Fonte de Lima e Ventosa (planalto paralelo à costa) se encontravam algumas brigadas para proteger o flanco esquerdo.

Às 9 da manhã, Junot, cujo exército se tinha concentrado na Carrasqueira, ordena às suas divisões que avancem pelos seguintes flancos:
- o flanco direito tomaria os altos da Ventosa (brigada de Solignac) e da Pregança (brigada de Brenier);
- o flanco central avançaria pelo planalto (situado à esquerda da ribeira de Toledo) em direcção ao Vimeiro (as brigadas de Charlot e Thomières, os granadeiros de Kellerman e a cavalaria de Margaron);
- o flanco esquerdo procuraria tomar o Vimeiro pela parte este (divisão Delaborde), completando assim as várias frentes que envolveriam a povoação.
Junot colocou-se no alto das Estiveiras (onde se encontra o marco geodésico do Talefe) posição ideal para comandar as operações.

Wellesley vendo que o inimigo avançava deu ordens para que 4 brigadas atravessassem a ribeira de Alcabrichel na Maceira e viessem pela estrada de Ponte de Lima para tomar uma nova posição frente ao inimigo que já avançava pela linha Pregança – Ventosa. Na retaguarda e mais próximo do mar, Cotlin, Crawford e os portugueses comandados por Trant, também se moviam em direcção ao norte e tomaram posição junto a Ribamar e Marquiteira protegendo a extrema esquerda e a retaguarda de linha de batalha.

Quando o flanco central francês, saído do arvoredo, chega a 500 metros do cabeço do Vimeiro, depara-se com algumas companhias inglesas na encosta. Escondidas na contra-encosta do outeiro aguardam duas brigadas inglesas (Anstruther e Fane) e no alto várias peças de artilharia. Na retaguarda, outras brigadas inglesas esperam ordem de combate (Fergusson, Nightingale, Hill,etc.,).

Começa então uma sangrenta batalha. A táctica de contra-encosta utilizada por Wellesley surpreendeu os franceses e as diversas tentativas para subir o outeiro, fortemente guardado pelos canhões, causou-lhes inúmeras baixas (os campos em frente são denominados “Lagoa de Sangue”, em memória deste episódio sangrento). Entretanto, no desenrolar da batalha, o Vimeiro viu-se envolvido por todos os flancos, tendo Junot utilizado todas as suas tropas, mesmo as de reserva, colocando-o numa situação debilitada.
Enquanto a batalha decorria no Vimeiro, o flanco direito francês, debatia-se com enormes dificuldades para subir as encostas da Pregança e da Ventosa. Não nos podemos esquecer que os canhões pesavam cerca de 400Kg e cada soldado transportava às costas 40Kg de peso(rações, armas, cobertores, etc.,).

Às 11 horas da manhã, Junot, com as suas forças quase todas desbaratadas deu ordem de retirada para Torres Vedras. A cavalaria Anglo - Portuguesa aproveitou o momento para perseguir os inimigos chegando mesmo próximo do local onde se encontrava Junot. Mas, a reserva da cavalaria francesa que protegia o general francês, acabou por infligir pesadas baixas aos aliados, tendo o coronel Taylor e metade do seu regimento sido mortos.
Como resultado desta batalha, calcula-se que, pelo lado francês, tenham morrido 450 homens, cerca de 1.200 ficaram feridos, tendo desaparecido ou sido feitos prisioneiros 350. Do lado dos aliados, morreram 123 homens, 534 ficaram feridos e 51 desapareceram.
Na manhã do dia 22 de Agosto, Junot e o seu Estado-Maior reúnem em Torres Vedras para analisar a situação. Com esta pesada derrota e face às inúmeras revoltas que estavam a acontecer por todo o país, Junot decidiu enviar o General Kellerman de volta ao Vimeiro para assinar o armistício.

Sessão de 7 de Fevereiro

Foz do Alcabrichel em Porto Novo, onde se deu o
desembarque de reforços para a batalha do Vimeiro

Enquanto um grupo ficou na escola a gravar os textos do guião, o outro foi para o terreno recolhar imagens (video e fotografias) para o DVD.


Talefe, Alto das Estiveiras, local onde Junot
assistiu à batalha e comandou as suas tropas