27.3.06

Os próximos passos...

Durante este 2º período fartámo-nos de passear! Práticameste, todas as quintas feiras lá fomos nós à descoberta de histórias interessantes e da riqueza patrimonial das nossas igrejas e capelas. Tirámos fotografias e registámos algumas notas.
Agora falta-nos redigir os textos definitivos e publicar os posts.
Na última 5ª feira combinámos adiantar o trabalho nas férias e fizémos a seguinte distribuição de tarefas:
O Marcelo, o Igor e o Valter vão escrever sobre a igreja velha da Marquiteira e reconstituir a história do seu restauro, com base nos episódios contados pelo sr. Leonel Cunha ( não se esqueçam do achado do túmulo da Maria Quitéria e dos frescos). A D. Arménia vai escrever um texto sobre a lenda de Santa Bárbara, padroeira da Marquiteira.
A Sílvia, a Ana Patrícia e a Marisa vão escrever sobre a Igreja da Misericórdia, nomeadamente sobre a tradição da "Procissão do Enterro do Senhor", que todos os anos sai pelas ruas da Lourinhã na Sexta Feira Santa. E, claro, sobre os painéis do Mestre da Lourinhã. Sobre a capela das Matas, vão fazer um estudo comparativo de como era o edifício antes e depois do restauro. Aqui a Patrícia vai dar uma ajuda ao escrever sobre a Nossa Senhora do Bom Sucesso, padroeira das Matas.
A Armanda, a Mariana e a Sara vão debruçar-se sobre os azulejos da Igreja do Convento de S. António (os do altar mor contam-nos lendas muito interessantes).
O David como mora no Vimeiro, vai falar sobre a Igreja de S. Miguel e da sua bonita talha dourada.
Esperamos corresponder às expectativas criadas e que são visíveis nos comentários ao nosso blogue.

23.3.06

Mensagem para o Sr. Rui Cipriano

Os membros do clube de História agradecem a disponibilidade e a paciência do senhor Rui, por nos ter guiado nas visitas às igrejas de Santa Maria do Castelo e do Convento de Santo António, à Capela de Nossa Senhora dos Anjos e à Quinta de Santa Catarina, na Lourinhã.
Os trabalhos agora publicados foram feitos a partir do estudo da igreja de Santa Maria do Castelo. Brevemente publicaremos outros trabalhos.
Com os melhores cumprimentos,
Os alunos: Patrícia Fontes, David Serra, Sílvia Antunes, Ana Costa, Armanda Prioste, Igor Alexandre, Marcelo Ferreira, Mariana Aguiar, Marisa Antunes, Sara Ferreira, Valter Guerreiro, professora Maria dos Anjos, professora Lurdes Neto e a auxiliar de Educação Arménia Azevedo.
Personagens ilustres da Lourinhã

D. Lourenço Vicente

D. Lourenço Vicente nasceu na Quinta da Charrua, junto à praia da Areia Branca, na freguesia e concelho da Lourinhã.
Antes de 1344, estudou em Montpellier e Toulouse, passando entre 1344 e 1347 por Bolonha. Bacharel em Leis, é referido como docente da Universidade de Coimbra em 7 de Agosto de 1363. Foi arcebispo de Braga entre 1374-1397 (23 anos). Efectivamente o papa Gregório XI, nomeou-o arcebispo de Braga através da Bula
” In Superne Dignitalis” de 19 de Dezembro de 1374, vindo a ser uma das grandes figuras na História do nosso País e pastor proeminente na série brilhantíssima dos arcebispos de Braga.
Do seu patriotismo deu provas abundantes durante o cerco de Lisboa em 1384 e na batalha de Aljubarrota em 1385, na qual recebeu um ferimento na face de que se orgulhou muito até ao fim da sua vida. O seu amor à pátria e os muitos serviços que prestou à causa da independência nacional foram reconhecidos pelo Mestre de Avis, que em Outubro de 1384 lhe doou o senhorio e alcaidaria da Lourinhã.
Em finais de 1385, junto à catedral de Braga, mandou construir uma capela gótica em honra de nossa Senhora do Ó, para aí ser sepultado, o que aconteceu no Outono de 1397, ano do seu falecimento.
Duzentos e sessenta e seis anos depois, quando lhe demoliram o túmulo, foi encontrado o seu corpo incorrupto, o qual, depois de paramentado com vestes de pontifical, foi encerrado num caixão de vidro e colocado no arcosolio da dita capela.

A vila da Lourinhã prestou homenagem a este seu filho ilustre a 17 de Setembro de 1970, inaugurando o busto de D. Lourenço Vicente junto ao convento de S. António.
David, 8ºA

Simbologia Templária na Igreja do Castelo?

Significado dos símbolos:

Oito
– O oito é, universalmente, o número do equilíbrio cósmico. É o número das direcções cardeais, a qual se junta o das direcções intermédias; o número da rosa-dos-ventos, da torre dos ventos ateniense. É com frequência o número dos raios da rosa, desde a rodinha celta à roda da lei budista. É também o das pétalas do lótus e dos caminhos da vida.

Octógono – As pias baptismais têm com frequência uma forma octogonal na base, ou erguem-se sobre um pavilhão circular de oito pilares. A forma octogonal simboliza a ressurreição, evoca a vida eterna.

Cinco – É sinal de união, número nupcial, número também do centro, da harmonia e do equilíbrio, símbolo da vontade divina, da ordem e da perfeição.
A harmonia pentagonal dos pitagóricos deixa a sua marca na arquitectura das catedrais góticas. A estrela de cinco pontas, e a flor de cinco pétalas estão colocadas, no simbolismo hermético, no centro da cruz dos quatro elementos e a quinta – essência, ou o éter. O cinco em relação ao seis é o microcosmos em relação ao macrocosmos, o homem individual em relação ao homem universal.
Serão estes símbolos sinais da presença dos Templários na Lourinhã?
Armanda, Mariana e Sara, 9ºC
Lourinhã nos caminhos de Santiago

A Lenda de Santiago
Segundo uma lenda muito antiga, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, São Tiago (Santiago) foi pregar as “boas novas” em regiões longínquas, passando algum tempo na Galiza, Extremo Oeste da Espanha, a que os romanos chamaram “Finis Terrae”, por ser o extremo mais ocidental do mundo então conhecido.
Ao regressar à Palestina, no ano 44, foi torturado e decapitado por Herodes Agripa e o seu corpo foi mandado para fora das muralhas de Jerusalém.
Dois de seus discípulos, Teodoro e Anastácio, recolheram os seus restos mortais e levaram-nos de volta ao ocidente, aportando na antiga cidade de Iria Flávia, a capital da Galiza Romana na costa oeste espanhola, sepultando-o secretamente num bosque chamado Liberum Domum. O aparecimento da vieira ligado ao culto de Santiago, de difícil explicação na longínqua Idade Média, originou desde logo a lenda de que o barco, que trouxera o corpo do Apóstolo Santiago de Palestina até às costas da Galiza, chegara ali coberto de moluscos. A concha da vieira tornou-se desde logo o símbolo do peregrino de Santiago e é usada também para marcar os lugares e sítios relacionados com os caminhos da peregrinação.

Entretanto, chamou-se ao lugar onde o santo foi sepultado "Campus Stellae" ou Campo de Estrelas devido à prodigiosa visão do ermitão de San Fiz, de nome Pelágio que vira em noites sucessivas uma estrela iluminando um alto carvalho que sobressaía do referido bosque. Daí deriva o actual nome de Compostela.
Avisado das luzes místicas, o bispo de Iria Flávia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local, encontrando, assim, uma arca de mármore com os ossos do santo.
A notícia espalhou-se e as pessoas começaram a deslocar-se, primeiro dos estados cristãos do norte peninsular, depois de toda a Europa, afim de conhecer o sepulcro, originado assim os Caminhos de Santiago de Compostela.
O Caminho de Lisboa a Santiago pelo Oeste
De Lisboa, além dos peregrinos nacionais oriundos da região do Alentejo e do Algarve, partiam os que vinham do Sul da Europa.
Por sua vez e no tempo dos romanos, esta cidade estava ligada às cidades de Braga e Mérida, por uma via comum até Scalabis (arredores de Santarém) e que passava Jerabriga (Alenquer). Daqui partia uma via secundária em direcção a Torres Vedras e que seguia até Eborubritium, na proximidade de Óbidos.
Por onde seguiria o Caminho entre Torres Vedras e Óbidos? Há duas possibilidades - ou pelo Bombarral e S. Mamede, ou pela Lourinhã, Columbeira e S. Mamede. A presença de inúmeros vestígios romanos na Lourinhã leva-nos a colocar a hipótese de aqui ter existido uma via romana que ligava a Óbidos. Deste modo, é provável que um dos caminhos de peregrinação a Santiago passasse por esta vila, até porque a Lourinhã, na época medieval, possuía um porto de mar, ficando igualmente na rota marítima dos peregrinos que atingiam Compostela por mar. As conchas de vieira presentes na igreja de Santa Maria do Castelo também apontam nesse sentido.
Patrícia,7ºA e Ana, Igor e Marcelo, 9ºC

22.3.06


Igreja de Santa Maria do Castelo da Lourinhã

A igreja matriz da freguesia da Lourinhã é gótica e foi erguida no séc. XIV, tendo sido sagrada por D. Lourenço Vicente, arcebispo de Braga, natural e senhor da Lourinhã. Substitui uma anterior do séc.XII, construída por D.Jordão, o primeiro senhor da Lourinhã.
Situada junto das muralhas do desaparecido castelo e por isso também conhecida por Santa Maria do Castelo, a actual igreja matriz é um templo amplo e sumptuoso. É composta por três naves separadas por oito arcos ogivais, sustentados por colunas de calcário, monolíticas, encimadas por capitéis esculpidos com elementos vegetais todos diferentes.
Nas duas naves encontram-se dois túmulos, supondo-se ser o da esquerda de D.Jordão.
A capela-mor, tem forma octogonal e a abóbada assenta em grossas nervuras chanfradas, onde se observa escudos armoriados, sendo um já quase imperceptível e tendo o outro quatro flores de lis, um loureiro e dois pequenos escudos transversalmente opostos pelos vértices.
Na parede vê-se um nicho manuelino, emoldurado em cordas esculpidas, que serviam para guardar os santos óleos.

O pórtico principal, virado para o mar, possui quatro arquivoltas com capitéis historiados, representando cenas da vida familiar rural e do Antigo Testamento, bem como animais mitológicos, já bastante gastos pela erosão dos ventos carregados de sal, vindos do mar. Esta porta é encimada por uma das mais belas rosáceas da época.

Caminhando para Sul, pode observar-se que a esquina assenta numa pedro romana. O pórtico sul é de três arquivoltas e gablete. No séc. XVI e devido a um desaterro, este baixou, vendo-se ainda as marcas da localização inicial. A torre sineira é também desse século.

Ao lado norte encontra-se uma porta ogival, de arestas chanfradas, decoradas com carrancas e vieiras esculpidas, estas últimas simbolizando os peregrinos que se dirigem a Santiago de Compostela, o que faz supor situar-se a Lourinhã nos caminhos de peregrinação.

A igreja de Santa Maria do Castelo foi classificada monumento nacional em 1922.

Sílvia, 9ºB, Marisa e Valter, 9ºC.