23.3.06

Lourinhã nos caminhos de Santiago

A Lenda de Santiago
Segundo uma lenda muito antiga, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, São Tiago (Santiago) foi pregar as “boas novas” em regiões longínquas, passando algum tempo na Galiza, Extremo Oeste da Espanha, a que os romanos chamaram “Finis Terrae”, por ser o extremo mais ocidental do mundo então conhecido.
Ao regressar à Palestina, no ano 44, foi torturado e decapitado por Herodes Agripa e o seu corpo foi mandado para fora das muralhas de Jerusalém.
Dois de seus discípulos, Teodoro e Anastácio, recolheram os seus restos mortais e levaram-nos de volta ao ocidente, aportando na antiga cidade de Iria Flávia, a capital da Galiza Romana na costa oeste espanhola, sepultando-o secretamente num bosque chamado Liberum Domum. O aparecimento da vieira ligado ao culto de Santiago, de difícil explicação na longínqua Idade Média, originou desde logo a lenda de que o barco, que trouxera o corpo do Apóstolo Santiago de Palestina até às costas da Galiza, chegara ali coberto de moluscos. A concha da vieira tornou-se desde logo o símbolo do peregrino de Santiago e é usada também para marcar os lugares e sítios relacionados com os caminhos da peregrinação.

Entretanto, chamou-se ao lugar onde o santo foi sepultado "Campus Stellae" ou Campo de Estrelas devido à prodigiosa visão do ermitão de San Fiz, de nome Pelágio que vira em noites sucessivas uma estrela iluminando um alto carvalho que sobressaía do referido bosque. Daí deriva o actual nome de Compostela.
Avisado das luzes místicas, o bispo de Iria Flávia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local, encontrando, assim, uma arca de mármore com os ossos do santo.
A notícia espalhou-se e as pessoas começaram a deslocar-se, primeiro dos estados cristãos do norte peninsular, depois de toda a Europa, afim de conhecer o sepulcro, originado assim os Caminhos de Santiago de Compostela.
O Caminho de Lisboa a Santiago pelo Oeste
De Lisboa, além dos peregrinos nacionais oriundos da região do Alentejo e do Algarve, partiam os que vinham do Sul da Europa.
Por sua vez e no tempo dos romanos, esta cidade estava ligada às cidades de Braga e Mérida, por uma via comum até Scalabis (arredores de Santarém) e que passava Jerabriga (Alenquer). Daqui partia uma via secundária em direcção a Torres Vedras e que seguia até Eborubritium, na proximidade de Óbidos.
Por onde seguiria o Caminho entre Torres Vedras e Óbidos? Há duas possibilidades - ou pelo Bombarral e S. Mamede, ou pela Lourinhã, Columbeira e S. Mamede. A presença de inúmeros vestígios romanos na Lourinhã leva-nos a colocar a hipótese de aqui ter existido uma via romana que ligava a Óbidos. Deste modo, é provável que um dos caminhos de peregrinação a Santiago passasse por esta vila, até porque a Lourinhã, na época medieval, possuía um porto de mar, ficando igualmente na rota marítima dos peregrinos que atingiam Compostela por mar. As conchas de vieira presentes na igreja de Santa Maria do Castelo também apontam nesse sentido.
Patrícia,7ºA e Ana, Igor e Marcelo, 9ºC

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho muito interexante terem contado a lenda de Santiago e o significado da concha da Vieira