TRADIÇÕES RELIGIOSAS – II
DEVOÇÃO A SANTA BÁRBARA
Arménia Azevedo
Sou devota de Santa Bárbara porque nos meus tempos de criança, quando se formavam grandes trovoadas eu tinha muito medo, principalmente porque o meu pai e outros familiares eram pescadores e estavam no mar. Se a trovoada em terra pode ser perigosa, imaginem no mar, associada a ventos e tempestades. Daí a muita devoção que existe à santa nestes lugares à beira mar.
Assim quando havia trovoada, nós acendíamos uma vela e rezávamos uma oração, que a minha avó me ensinou:
«Bárbara Virgem foi ao rumo
Jesus Cristo encontrou
Onde vais Bárbara?
Vou espalhar esta trovoada
que aqui se juntou.
Então espalha-a bem espalhadinha
onde não haja molhinhos de lenha,
tranquinhos de oliveira,
nem bafo de alma cristã.»
Era no mês de Maio que havia sempre mais trovoada, então eu, a minha mãe e os meus irmãos acendíamos as velas a Santa Bárbara e rezávamos.
DEVOÇÃO A SANTA BÁRBARA
Arménia Azevedo
Sou devota de Santa Bárbara porque nos meus tempos de criança, quando se formavam grandes trovoadas eu tinha muito medo, principalmente porque o meu pai e outros familiares eram pescadores e estavam no mar. Se a trovoada em terra pode ser perigosa, imaginem no mar, associada a ventos e tempestades. Daí a muita devoção que existe à santa nestes lugares à beira mar.
Assim quando havia trovoada, nós acendíamos uma vela e rezávamos uma oração, que a minha avó me ensinou:
«Bárbara Virgem foi ao rumo
Jesus Cristo encontrou
Onde vais Bárbara?
Vou espalhar esta trovoada
que aqui se juntou.
Então espalha-a bem espalhadinha
onde não haja molhinhos de lenha,
tranquinhos de oliveira,
nem bafo de alma cristã.»
Era no mês de Maio que havia sempre mais trovoada, então eu, a minha mãe e os meus irmãos acendíamos as velas a Santa Bárbara e rezávamos.
NOTA: A minha vizinha, D. Domitília Cordeiro (A dos Cunhados), informou-me que havia também, noutras freguesias da região, muitos associados da Irmandade de Santa Bárbara da Marquiteira. Por volta do dia 4 de Dezembro, festa da padroeira, os mordomos da irmandade percorriam as terras em redor para cobrar as quotas e entregavam duas velas a cada associado. Sempre que havia trovoada, os devotos acendiam-nas e rezavam a oração. Há várias versões desta oração, a daqui é a seguinte: «Santa Bárbara se vestiu/ Santa Bárbara se calçou/Seu caminho andou/Nossa Senhora a encontrou/ Bárbara onde vais?/ Vou espalhar a trovoada/ Espalha-a bem para bem longe/ onde não haja pão nem vinho, nem tranquinho de oliveira.» (Maria dos Anjos).
6 comentários:
A D. Arménia é funcionária da nossa escola e conduz a carrinha quando saímos para visitar os sítios. Nessas ocasiões, participa nas visitas e possso testemunhar que ela é uma das nossas melhores "alunas",não só pelo grande desejo de aprender,como também por aquilo que nos ensina, relativamente às tradições locais.
É um bom exemplo, especialmente para aquelas pessoas que não tiveram oportunidade de prosseguir estudos quando eram jovens, de que pela vida fora nós podemos e estamos sempre a aprender.
Parabéns Arménia pelo seu trabalho!
Já temos, à distância de um simples clik, mais informação sobre a nossa freguesia...e a sua padroeira. Obrigada.
D. Arménia, parabéns pelo seu trabalho.
Tomara que todos os alunos fossem tão cumpridores na execução dos trabalhos de casa!
E cá vou eu lançar um desafio a este grupo tão estimulante. Acho que o trabalho deste clube, a recolha que têm feito (fotos, textos, lendas, tradições) merece que venha a ser trabalhada de uma forma ainda mais definitiva. Por exemplo, podiam ver se a Câmara da vossa região estaria interessada em financiar(?) a produção de um verdadeirto intinerário cultural da região com base nas vossas recolhas. Podia ser um livrinho que vocês produziam (com a ajuda de alguém entendido em produções gráficas) para ser entrgeu no Turismo, mas também podia ser a construção de um site na net a divulgar a quem se ligasse à zona da Lourinhã (ou Ribamar?) ou ainda fazer um CD-ROM. Pensem nisso que nós aqui do Centro CRIE-FCUL podíamos ajudar a fazer. Como a professora Maria dos Anjos se vai envolver no final de Junho e princípio de Julho numa oficina de Frontpage, era a boa altura de começar a desenhar esse projecto para se produzir ao longo do ano seguinte. Que acham???
Na minha aldeia que fica perto de Torres Novas na zona da Serra de Aire também existe uma oração a Stª Bárbara para rezar quando faz trovoada mas é um pouco diferente da vossa. Infelizmente não a sei de cor. Vou ter de perguntar à minha mãe ou a uma das pessoas mais velhas da aldeia e a seguir publico-a aqui.
Acho que também vou colocar a ligação a este vosso post num espaço de um projecto que se chama @ Propósito do Clima que está neste endereço http://nonio.fc.ul.pt/projectos/clima/modos_de_falar.htm e onde pensamos fazer uma recolha de ditos e provérbios sobre o clima e as previsões do tempo. Esta oração a Stª Bárbara fica lá bem.
Teresa Faria
D. Arménia,
PARABÉNS pela sua participação tão entusiástica e simpática no Clube de História Local da nossa escola!
O seu empenho e colaboração são um óptimo exemplo a seguir por todos quantos pretendem que a partilha seja uma condição de efectiva edificação pessoal, social e educacional.
Desejo-lhe a continuação de um bom trabalho assim como a plena fruição de tudo o que de benéfico puder daí retirar e connosco voltar a repartir.
Obrigada pela sua constante solicitude e alegria contagiante.
Cristina Camoêsas
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