2.5.07

A CAPELA DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS
Diana Jaleco e Rita Fonseca


À saída da Lourinhã para quem se dirige a Peniche, enquadrada num bonito jardim, encontramos a pequena capela da Nossa Senhora dos Anjos. Quando foi erguida estava localizada fora da vila, na várzea do Rio Grande. Porque razão foi construída naquele local?
Diz a lenda, passada de geração em geração, que “ Andando um dia um pastor apascentando o seu rebanho perto do local onde o rio dos Mouros se mete no rio Grande, próximo da margem daquele, viu uma imagem de Nossa Senhora com o Menino nos braços, em cima de um loureiro.*” Descoberta a imagem, esta foi levada para a Igreja de Santa Maria do Castelo, pelo povo que aí ocorreu.

Na manhã seguinte mais pessoas se reuniram para irem ver a imagem, mas para espanto de cada um, quando penetraram na igreja a imagem já lá não estava. De seguida foram procurar a imagem e encontraram-na de novo, no loureiro. Logo isso foi interpretado como sendo a vontade da senhora de ficar naquele sítio. Nesse local, começou então a construção da capela de Nossa Senhora dos Anjos, erguida pela Confraria do mesmo nome.

A Capela de Nossa Senhora dos Anjos foi construída em estilo renascentista, como são as construções dos fins do Século XVI. É um pequeno templo, de Galilé sustentando o coro alto sobre a entrada, com um arco de cantaria na parede frontal virada a poente, e outro mais pequeno na parede do lado sul. É de uma só nave, separada da capela-mor por um arco de cruzeiro em mármore rosa, com pedestais e capitéis, estes da ordem toscana, em mármore preto de azeviche, sendo o respectivo fecho arrematado em relevo, com uma coroa, de pedra muito branca, que nos parece ser alabastro. A capela-mor, é de abóbada de berço decorada com um símbolo mariano.

Fronteiro à porta axial que se abre na fachada do lado sul, encontra-se o púlpito, cuja base é um belo exemplar do século XVII, de laje quadrada, em mármore vermelho, moldurado e com artísticos ornatos.

* Rui Marques Cipriano, «Senhora dos Anjos, sua Capela - sua Confraria», Vamos Falar da Lourinhã, Lourinhã, ed.ª Câmara Municipal da Lourinhã, [2001], p.179.

Sem comentários: