25.5.06

SISTEMAS DE VIGILÂNCIA E DEFESA DA COSTA

O Forte de Paimogo
David Serra e Igor Alexandre


O Forte de Nossa Senhora dos Anjos de Paimogo foi construído em 1674, durante o reinado de D. Afonso VI (na regência de D.Pedro), para impedir o desembarque de tropas inimigas na praia, por esta ser de águas calmas e de fácil acesso a terra firme.
Estava integrado na segunda linha defensiva da costa, que ia de Peniche até à barra do Tejo e que foi construída no contexto das guerras da Restauração da Independência contra os espanhóis. Com efeito a maioria das fortificações existentes entre o cabo da Roca e Peniche foram construídas sob o impulso da coroa Portuguesa, após 1640 - os Fortes de Nossa Senhora da Consolação (1641), de Peniche (1641-1645), de Nossa Senhora da Graça da Vitória, no Cabo Carvoeira e de Nossa Senhora da Luz em Peniche de Cima (depois de 1642), de Santa Susana (1650), de S. João Baptista nas Berlengas (1654-1678), de Nossa Senhora da Graça de Porto Novo (1662), de Nossa Senhora da Boa Viagem ou da Natividade da Ericeira (1670), etc.
Estas fortalezas serviam também para defender as populações do litoral dos ataques da pirataria mourisca que assolava frequentemente a nossa costa.
Logo de início este forte tinha seis peças de artilharia, um cabo que o comandava, seis soldados e seis artilheiros. Em 1735 nele viviam 16 soldados e tinha 8 peças de artilharia.
Em 1796 o Forte de Paimogo encontrava-se em estado de abandono. Um relatório feito por o General Engenheiro José Matias de Oliveira Rego dizia que o forte se encontrava degradado, e a artilharia encontrava-se apodrecida.
Em 1804, a guarnição era composta por um Cabo, cinco artilheiros e cinco fuzileiros. Estes eram os homens que estavam no Forte a 20 de Agosto de 1808 aquando do desembarque dos soldados ingleses na praia da Areia Branca (1,5Km a sul do forte) e que combateram, no dia seguinte, na Batalha do Vimeiro.
Com o fim da Guerra Civil (1830-32) entre Liberais e Absolutistas o forte de Paimogo termina a sua missão como fortificação militar marítima. Este abandono deu início à degradação do edifício, que foi classificado de imóvel de interesse público em 1957. Actualmente estão a decorrer obras recuperação.

(Estas fotografias foram tiradas antes das obras de recuperação em curso. É visível o estado arruinado do imóvel)

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