29.11.07

Batalha do Vimeiro
Deixamos aqui um desenho elaborado por um aluno da nossa escola, o Daniel Fernandes do 6ºB.
Visita à Roliça
Magda Rodrigues e Sara Antunes
No dia 15 de Novembro, o clube de História Local fez mais uma visita de campo à Roliça, com a presença do professor Eduardo Jorge que explicou que naquele sítio foi onde se deu a primeira escaramuça entre os ingleses e os franceses no dia 17 de Agosto 1808.


Os franceses esperavam os ingleses no picoto. O exército francês vinha em três frentes.
O coronel Lake chefiava a ala esquerda e continuava a perseguição apesar das contra-indicações das chefias. O coronel acabou por morrer e foi enterrado na Roliça, e ao morrer os seus companheiros para o homenagear fizeram um túmulo (que ainda existe).


22.11.07

A chegada dos franceses a Lisboa - II

Sara Antunes e Sara Prioste


A instalação de Junot na capital foi feita no palácio mais rico que era propriedade do Barão de Quintela na rua de Alecrim, exigindo-se da câmara 12 000 cruzados mensais para despesas. Enquanto os soldados ficaram aquartelados na capital, a maioria em Campo de Ourique, alguns regimentos ocuparam conventos como o da Trindade, Carmo, S. Domingos, Camilos, Jesus, Caetanos e Inglesinhos e ainda nos quartéis militares de Alcântara e Belém e nas fortalezas de S.Julião, Bugio e no Castelo de S.Jorge. Parte da tropa Espanhola ficou aquartelada em S. Francisco de Paula, seguindo a maioria para Mafra.
Foram ainda estabelecidos hospitais militares no convento da Graça e no hospital civil de S.José, dado ao número elevado de doentes. Ainda utilizaram o convento do Beato, da Estrela e da Marinha. A maioria dos soldados encontrava-se num estado deplorável, dadas as ordens para chegarem rapidamente a Lisboa (a travessia do país deu-se em duas semanas, o que é notável para a época). Napoleão pretendia que o seu exército chegasse a tempo de aprisionar o príncipe herdeiro. Para alguns autores o objectivo principal era capturar os barcos portugueses, essenciais para enfrentar o poderio marítimo da Inglaterra. Não nos podemos esquecer que a família real tinha partido na véspera da chegada dos franceses, escoltada por navios ingleses.

Como já dissemos num post anterior, os franceses foram recebidos com alguma empatia, mas esse sentimento não durou muito tempo. A 13 de Dezembro, pelas 12 horas, dá-se início a um grande cerimonial: Junot e o seu estado-maior passam revista às tropas em parada no Rossio e é hasteada a bandeira francesa no castelo de S. Jorge em substituição da Portuguesa. Este acto originou vários motins que foram silenciados pelas patrulhas francesas.

Imagem:
http://www.arqnet.pt/imagens/imag0803.jpg
A Fuga da Família Real Para o Brasil

Bruna Pinto e Liliana Verissimo

No dia 27 de Novembro, a corte portuguesa embarcou para o Brasil, fugindo do general Junot que estava a chegar a Lisboa. Dois dias depois a frota, escoltada por navios ingleses, partiu de Belém e no dia seguinte os franceses chegavam à capital. «A ver navios» (expressão ainda hoje usada) ficou Junot, que ainda se dirigiu ao Forte de S. Julião da Barra para mandar disparar sobre o último navio que se avistava no horizonte, mas sem sucesso.
As notícias que davam conta de que o exército de Junot estava perto de Abrantes ajudaram ainda mais na decisão da família real. D. João, príncipe regente, tinha acedido a fechar os portos e declarar guerra à Inglaterra, num último gesto para deter o avanço de Junot, mas foi em vão. A transferência da corte para o Rio de Janeiro era vista pelo príncipe como a única forma de garantir a independência do país, evitando deste modo ser capturado pelos invasores.

A frota era comandada por Manuel da Cunha Soto-Maior e compunha-se de 8 naus, 3 brigues, 1 escuna e 1 charrua. Os membros da família real foram instalados em diferentes embarcações para que, caso acontecesse algum desastre em mar alto, houvesse sempre um descendente pronto a assegurar a continuação da linhagem. Cerca de 15.000 pessoas acompanharam D. João.
Para o Brasil seguiram as riquezas das capelas e dos palácios reais, num valar calculado em mais de 80 milhões de cruzados. O príncipe terá levado no seu camarote uma pepita de ouro, que os franceses procuraram depois no Palácio da Ajuda, pois fazia parte da lista de bens a saquear.
Durante e depois do embarque reinou a confusão no Terreiro do Paço, na Ribeira das Naus e no cais de Belém. A guarda da marinha embarcou não sendo substituída, pelo que houve quem furtasse tudo o que tinha à mão. Muitos bens tinham ficado para trás, nomeadamente um dos maiores tesouros nacionais – 60.000 volumes, encaixotados, da Biblioteca Real da Ajuda. Acabariam por seguir mais tarde e ficado no Brasil.

A população teve conhecimento da fuga da família real através de um decreto do príncipe. Na ausência do monarca, o país seria governado por um Conselho de Regência.
F
D. João VI
Créditos fotográficos:

8.11.07

Reacção dos Portugueses à Ocupação Francesa
Magda Rodrigues e Inês Bonifácio


Em Sacavém, o tenente-general Martinho de Albuquerque e o brigadeiro Francisco Borja Stockler, representando o Conselho de Regência, estavam à espera do general francês.
Garantindo que Junot seria bem recebido na cidade, o conde Jean Victor de Novion, um francês emigrado, comandante do corpo de polícia, destacou para o escoltar 30 praças da guarda real a cavalo.


No dia 30 Novembro de 1807, pelas 9 horas da manhã, os populares estavam reunidos na porta de Arroios para assistir à passagem do exército napoleónico. As tropas francesas encontravam-se debilitadas, sujas, descalças; o que causou dó e piedade por parte da população lisboeta. Esta recebeu os franceses com alguma empatia, porque se sentiu abandonada pelos seus governantes.
Também as classes altas que eram os nobres e burgueses, denominados “afrancesados” ou jacobinos, os receberam com muito agrado, porque ansiavam a revolução. Imaginavam transpor os modelos franceses para Portugal, os quais trariam o progresso e uma sociedade mais livre.

Os primeiros meses da administração de Junot foram bastante tranquilos porque as elites culturais aceitaram a invasão como libertação e progresso, uma forma de divulgação dos ideais da revolução francesa. Também o Conselho de Regência permitiu esse período de tranquilidade porque satisfazia todas as necessidades dos franceses, seguindo as orientações do príncipe D. João que se refugiara no Brasil.
A dissolução do Conselho de Regência (Fevereiro de 1808), o controlo francês das instituições da administração fiscal e os pesados impostos lançados sobre o povo e a igreja abalaram a tranquilidade do regime. Iniciam-se então pequenos focos de revolta apoiados pelos soldados ingleses.

Percurso das tropas francesas – da fronteira até Lisboa
André Cruz

viajeros.com

A 19 de Novembro de 1807 Junot entra em Portugal pela Beira Baixa. As tropas napoleónicas atravessaram a ponte de Segura nos dias 19 e 20 e dividiram-se em 3 divisões:
- A 1ª divisão (espanhola) seguiu pela estrada de Rosmaninhal – Monforte - Castelo Branco, chegando à cidade no dia 20.
- A 2ª divisão e a 3ª divisão seguiram pela estrada Zebreira, Idanha-a-Nova, atingindo Castelo Branco no dia 21.
Em Castelo Branco as tropas voltaram a dividir-se. A 1ª divisão avançou por Sarzedas – Sobreira – Cortiça – Cardigos – Vila De Rei – S. Domingos até Abrantes. A 2ªe 3ª Divisão seguiram por Sarnadas – Perdigão – Monção, ate Abrantes onde chegaram no dia 24 de Novembro.
Em Abrantes as tropas espanholas, dirigidas pelo general Carrafa, seguiram para Tomar. As tropas napoleónicas avançaram por Punhete – Tancos – Golegã, chegaram a Santarém no dia 28. De Santarém seguiram por Cartaxo – Carregado – Alhandra – Alverca e chegaram a Lisboa no dia 30 de Novembro.